segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Meu tudo (III)

E depois do meu mundo virar algo impressionantemente belo, os fatos simplesmente sairam de lá de dentro. Cada detalhe guardado com todas as forças materializaram-se. De forma que eu não pude totalmente contê-los. Eles simplesmente surgiram da forma mais sutil e inexplicável possivel. Por um momento eu ainda hesitei em liberá-los, mas não foi possivel resistir à vontade de vê-los todos na minha frente, todos reais.
O fato de aquela cena estar finalmente acontecendo no mundo que todos vivemos era algo inédito e ao mesmo tempo ótimo. Para mim, diferentemente de quando estava tudo aqui dentro, passou muito rápido e maravilhosamente. Como um sonho que nunca mais acontecerá, pois, bem, disso eu tenho certeza. Você, meu tudo, depois de sair daqui de dentro transformou-se em algo ainda mais inalcançável. Inalcançável. Sim, inalcançável. Talvez por que depois de tudo passar do imaginário para o real, as coisas fiquem um pouco mais sérias e os sentimentos mais fortes. Agora, quem sabe, não passou de uma paixão para algo mais. Ou para algo menos, não sei. Mas ainda acho que foi para algo mais, e algo amargo. Um amor amargo, pois não saberei o futuro.
Afinal, não sou adivinha nenhuma e foi tudo tão rápido que não fiz outra coisa se não corresponder. Se tudo isso tivesse, pelo menos, acontecido no meu proprio mundo.. Seria tudo mais simples. Não que tenha sido algo sem sentido, pois alguma coisa significou, nem que tenha sido só para mim, mas é que esperar pela resposta do próximo é algo angustiante.
E não adianta tentar fugir agora que não adiantará. Talvez teria sido melhor se tudo ficasse bem guardadinho e seguro dentro do meu mundo, dentro do meu tranquilo e simples mundo. Por que no meu mundo, você era (e ainda é) meu tudo.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

pensemos sobre: apaixonados.

O que afinal são os apaixonados? Quando ficamos apaixonados, viramos oooutro ser. Um ser impossivel de ser compreendido, que vive no seu próprio e iludido mundo. Quando o ser apaixonado se encontra com o motivo da paixão tudo se resume a " Eu e Ele. Ele e Eu." Uma chuva interminável de pensamentos apaixonados e cheios de sonhos.
Para apaixonados não existe ninguém mais lindo e perfeito que o amado. Colocam-no em um pedestal inalcançável e quando os alcançam, bem... O mundo desaba em frenética alegria. Mas a partir do momento que se encontra com um apaixonado marxista... Tudo muda.
Colocam-no em um pedestal inalcançanvel e quando os alcançam, bem... Quando os alcançam... Quando os alcançam caem em um mundo de perguntas. Enquanto os apaixonados realizam-se quando encontram seu par perfeito, os apaixonados marxistas não entendem como é que um ser tão perfeito e sem nenhum problema pode se apaixonar por alguém estranho e defeituoso como ele?

E depois de tudo isso eu me pegunto qual tipo de apaixonado sou...

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Ignore-me

Às vezes eu sou ignorada
Sou ignorada mais que nada
Ignorada.
Ignorada.
Ignorada.
Então, por isso, obrigada

Meu tudo (II).

Foi o que fiz. Fiquei lá sentada, calada. Os olhos cerrados, a boca selada, e as mãos presas.Observei aquela cena, processando-a em camera lenta para guardar cada detalhe, mas não consegui. Guardei menos do que esperava, guardei a quatidade exata para conseguir reproduzi-los depois no meu mundo. Repassei cada movimento guardado para lá. Repassei até com detalhes a mais, estes que não existem, mas a gente sempre coloca para ficar melhor. Fiz minha propria cena.
Esperei que no ápice fecharia os olhos para depois imaginá-lo no meu proprio mundo, mas não os fechei. Deixei-os bem abertos. Abertos o bastante para captar toda a luminosidade inexistente daquele momento - parecia real, mas eu sei que não era, melhor, eu preciso acreditar que não era. Preciso acreditar que aquilo não passou de uma simples cena casual, e que foi tudo mentira.- Deixei-os abertos e comecei a rir, não sei por que, mas ri. Ri, acho eu, por não saber o que fazer. Ri por achar que estava de olhos fechados e quem estava lá era eu, mas eu não me via, então não era eu.
Nunca foi eu, nunca foi e provavelmente nunca será. É impossivel, eu sei, mas no meu mundo não. No meu imaginário mundo tudo é extremamente real e compreensível. Parece que tudo fica mais facil quando eu passo para lá. Tudo fica claro, brilhante e perfeito. Do jeito que tinha que ser.
A cena acabou em alguns minutos, longo minutos. Livrei-me de mais um peso, mas ela se repetia em minha mente. Repetia. Repetia. Repetia. Tentei escapar, mas não podia. Cheguei a fechar os olhos, mas não conseguia esquecer cada detalhe. Todos os detalhes que guardei da primeira vez acumulavam-se aos novos que surgiam. Aquilo foi ficando real demais para mim. Eu não suportei e alienei-me ao exterior e fui para o meu mundo. Lá, eu estava simplesmente linda, a cena acontecia da forma mais natural o possivel. Tudo maravilhoso. Sabe, não sei se já mencionei, mas... no meu mundo tudo fica perfeito, tudo fica do jeito que eu quero. E é bom saber que ele nunca ficou opaco depois daquela cena. Foi até melhor. Tudo ficou mais colorido, radiante, pois, afinal, agora eu tinha os detalhes necessários para realmente transmutar aquilo para o meu mundo.
Meu colorido deixava de ser brilhante por alguns dias, mas nunca voltou a ser opaco. Chegou a ficar mais escuro, mas suas lindas cores continuavam lá, afinal, eu tinha aqueles detalhes guardados. Como numa estante eu os organizava por tipo de ação. E toda vez que meu mundo deixava de brilhar eu pegava um pouquinho nessa estante e ele voltava ao normal. É claro que todo vez que te via, ele chegava a brilhar tanto que transpassava-se no sorriso, mas eu sei que um dia, qualquer dia desses, um dia comum... Você, meu colorido, meu tudo, vai ficar para sempre aqui, no meu mundo.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

sem título (:

Tento demais
Tento mais
Tento, mas
Ma...
Más consigo

Deixa-me.

Deixa-me viver
Deixa-me sofrer
Deixa-me, por fim, ser

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Completamente o nada.

Mariana mantinha-se deitada. Não podia mover-se muito após tudo o que havia acontecido. Seu corpo estava completamente isento de movimentos. Não sentia os pés, as mãos, nenhuma parte de dele, mas mesmo assim ainda sentia algo. Sentia a batida de seu coração, sentia o que ainda a mantinha nesse nosso mundo.
Aquele bater era fraco, quase imperceptível. Seu corpo ainda estava lá. Ela também, porém sua mente já havia partido há muito tempo. E era isso, essa excluida mente, que a fazia sentir o nada de seu corpo. O nada acabou por tomar conta e transformou a batida em nada. Nada a aflingiu, simplesmente não sentiu nada. Nada de nada, pois não existia mais nada ali.